segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O Natal do Rinoceronte

O sonho do rioceronte,
nesta noite de Natal,
é ter mesmo ali defronte
um lago de água mineral,
pois é assim que se consola
tão anafado animal.

Trocas

Se me deres

a lapiseira

dou-te um gomo de maçã.


Se me deres

um livrito

dou-te as asas de uma rã.


Se me deres

uma boneca

dou-te a flor que dá a lã.


E se eu

não te der nada?

Largo aqui uma galinha

para te dar uma dentada

À mesa

A mãe , se me vê

comer com a mão

prega-me logo

uma lição.


Então tentei

comer com o pé :


Tirei sapato,

tirei a meia...

Ia levando uma tareia.


Mas amanhã

não ralham comigo

pois vou comer

pelo umbigo.

domingo, 23 de novembro de 2008

Natal de um Palhacinho

Pela rua abaixo
Vai o palhacinho!
Onde é que ele irá
Tão apressadinho?

De laço dourado,
Peruca amarela,
Olhinhos de prata,
Nariz de canela...

Na mão a cartola
Da cor do lilás,
Mais as pantominas
Que só ele faz!

"- Aonde é que vais
Assim tão garrido,
Se aí para baixo
Não há nenhum circo,
Nem algo parecido?..."
"- Vou ver o Menino
Que além nasceu!
Quero ir alegrá-Lo.
A Ele e à Mãe!"

"- Que menino é?
Onde é que nasceu?"
"- Foi numas palhinhas
Pertinho do Céu!"

"- Pertinho do Céu?!
Não podes lá ir:
Não há lá meninos
P'ra tu fazeres rir!"

"- P'ra eu fazer rir,
Bastam-me as estrelas!
Se não há meninos,
Brincarei com elas!

Mas este Menino
É tão especial!
Só Ele é que pôde
Criar o Natal!"

"- Adeus, palhacinho,
Não te atrases mais:
Faz rir o Menino
Dá gosto a seus pais!

E leva à choupana
Onde Ele nasceu
Tamanha alegria,
Maior do que o Céu!"

E o palhacinho,
Em gestos geniais,
Meteu-se ao caminho,
E tão ligeirinho...
Ninguém o viu mais!

DOIS IRMÃOS

Eu conheço dois meninos
que em tudo são diferentes.
Se um diz: «Dói-me o nariz!»,
o outro diz:«Ai, meus dentes!»

Se um quer brincar em casa,
o outro foge para o monte;
e se este para casa regressa,
já o outro foi para a fonte.

É difícil conviver
com tanta contradição.
Quando um diz: «Oh, que calor!»,
«Que frio!»-diz o irmão.

Mas quando a noitinha chega
com suas doces passadas,
pedem á mãe que lhes conte
histórias de Bruxas e Fadas.

E quando o sono esvoaça
por sobre o dia acabado,
dizem «Boa noite,mãe!»e adormecem lado a lado.





sábado, 22 de novembro de 2008

Amor é um fogo que arde sem se ver

é ferida que doi e não se sente;

é um contentamento de descontente;

é dor que desatina sem doer.



é um não

OS MEUS BRINQUEDOS

Eu tenho um brinquedo,
Um brinquedo amarelo.
Ele é um carro,
E leva um cogumelo.

Eu tenho um brinquedo,
Um brinquedo encarnado.
Ele tem carruagens,
E está a ficar amarelado.


Eu tenho um brinquedo,
Um brinquedo azul.
Ele é comprido,
E está lá no Sul.


Tenho brinquedos diferentes,
De todas as cores.
Tenho-os lá em casa,
Para quando lá fores.

Um Amigo Diferente

UM AMIGO DIFERENTE

Era diferente,

tinha menos um braço.

E todos lhe gozavam,

gostava de ter amigos,

nem que fosse só um

um dia ,

isso aconteceu

porque encontrou

uma pessoa igual a ele.

UM AMIGO DIFERENTE
Era diferente
Sonhava ter amigos
Mas isso era impossível
todos lhe ponham de parte
Porque
Era difente
Até que um dia
os seus dejesos se realizaram
Porque encontrou alguém como ele.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Inês-Bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si
mas fecha os olhos e sorri

roda,roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Alice Marques nº1 5ºA

O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O NATAL DO URSO

Este ano está ausente
da Consoada o urso,
porque partiu para o estrangeiro
onde vai tirar um curso
de Chefe de Cozinha,
mas com uma condição:
a de nunca cozinhar
durante a hibernação,
pois até prefere ficar
bem pertinho do fogão.


PEDRO AFONSO

A alma é a vida

Olá vou-vos apresentar o poema que eu escrevi.Espero que gostem.


Se a alma não existe
a vida não resiste
a alma é como o coração
se para
não havia paixão
que temos por alguém
e se não há paixão
não há a alma do coração



O amor entre todos nós
é infinito.
Seja por quem fôr.
Quando pensamos que odiamos
uma pessoa é essa a pessoa que nós vamos amar para o resto da nossa
vida,alma.

Nós acusamos,chamamos nomes
a pessoas de quem não gostamos
mas temos de pensar duas vezes antes de agir dessa forma.
Porque se calhar quem está a
agir mal somos nós e aí vamos
pedir desculpa e depois quem
vai ser gozado é quem
chamou nomes, acusou.



Na rua tambem temos de amar toda a gente seja bonita seja feiosa
Porque se andarmos aos murros e aos pontapés a toda a gente
até podemos gostar mas a
seguir quando vamos ser chamados
neste caso à polícia já não
damos pontapés nem murros a ninguém
muito menos aos polícias

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Menino Jesus

Olá amigos, eu sou a Ana Rita Santos. Vou mostrar-vos o meu poema preferido da autora Luísa Ducla Soares. Beijinhos.




Menino Jesus

Hoje é dia de Natal
Mas o menino Jesus
Nem sequer tem uma cama,
Dorme nas palhas onde o pus.

Recebi cinco brinquedos
Mais um casaco comprido.
Pobre menino Jesus
Faz anos e está despido.

Comi bacalhau e bolos,
Peru, pinhões e pudim.
Só ele não comeu nada
Do que me deram a mim.

Os reis de longe trazem
Tesouros, incenso e mirra.
Se me dessem tais presentes,
Eu cá fazia uma birra.

Às escondidas de todos
Vou pegar-lhe pela mão
E sentá-lo no meu colo,
Para ver televisão.
Luísa Ducla Soares








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